sábado, 19 de março de 2016

Veja aqui a coletânea dos grampos de Lula.



O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância, retirou nesta quarta-feira o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De obstrução de Justiça ao 'desespero', confira, a seguir, uma lista das conversas que chocaram o país:
Em conversa nesta quarta-feira, às 13h32, Dilma explica a Lula que encaminhará a ele um "termo de posse", a ser usado "em caso de necessidade". O cargo de ministro concede ao seu ocupante foro privilegiado, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo conversa do ex-presidente com Dilma, tribunais superiores e o Congresso Nacional estão acovardados diante da "República de Curitiba". A conversa é do dia 4 de março e ocorreu depois que o petista voltou da delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para onde foi conduzido de forma coercitiva para prestar depoimento.
Na véspera da operação da Polícia Federal que conduziu Lula para depor, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, fala com o advogado Roberto Teixeira sobre a ação e tentam achar uma saída para o ex-presidente.
Uma semana antes de ser nomeado ministro da Casa Civil, o ex-presidente Lula ligou para o presidente da CUT, Vagner Freitas, para falar sobre sua possível nomeação para ministro. Ele pede que os dois tenham uma conversa para "compartilhar" o que se passa em sua cabeça, já que tem "muita indecisão". Na conversa, o petista afirma ainda que é a "única pessoa que poderia incendiar esse país".
No dia 4 de março, depois de ser conduzido coercitivamente a dar esclarecimentos à Polícia Federal, o ex-presidente Lula conversou com a Dilma Rousseff sobre a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que buscava tirar o juiz Sergio Moro do comando das ações da Operação Lava Jato em Curitiba - sem fazer referências claras ao tema. Os assuntos Rosa Weber e STF vêm à tona com clareza quando Dilma passa o telefone ao então ministro da Casa Civil Jaques Wagner, a quem Lula solicita que converse com Dilma sobre a ministra, relatora da ação no STF.
Em diálogo com o presidente do PT, Rui Falcão, no dia 27 de fevereiro, às 22h34, o ex-presidente Lula afirma que está esperando para o dia 29 de fevereiro ser alvo de mandados de busca e apreensão na casa dele, dos filhos Fábio Luis, o Lulinha, Marcos e Claudio e também na residência do braço-direito Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
O advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, fala com o senador Jorge Viana (PT-AC), em 4 de março. Ante o avanço das investigações da Lava Jato sobre Lula, o senador fala em "subir o tom" e "enfrentar" o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos na primeira instância, em Curitiba (PR).
O ex-presidente Lula orientou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). a "triturar" o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. "Agora o companheiro WADIH DAMOUS tem a história do promotor de RONDONIA, que pegou um caso meu agora, que a mulherada tem que ir para cima dele. Terça-feira tem que "TRUCAR" o JANOT e "TRITURAR"...", disse o petista em ligação monitorada pela Polícia Federal.
No último dia 9, o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, conversa com o ex-presidente sobre as investigações do Ministério Público de São Paulo que tinham como alvo o tríplex do Guarujá. "Vou fazer só uma pergunta: que palhaçada que é essa que o Ministério Público de São Paulo me denunciou?", questiona Lula.
Em uma das ligações interceptadas, o diretor da OAS Paulo Gordinho, encarregado de resolver a reforma e comprar os móveis para o sítio de Atibaia e o tríplex do Guarujá, fala sobre o assunto. Diz a Polícia Federal: "Na referida ligação, resta-se claro que realmente os serviços/reformas nos imóveis objeto de investigação nesta Operação Lava Jato, foram prestados/realizadas pelo engenheiro da Construtora OAS em favor do senhor Luiz Inácio Lula da Silva".
Na última segunda-feira, antes de assumir o ministério da Casa Civil, o ex-ministro e ex-chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, telefona para Lula para avisá-lo de uma reunião com "ela" em Brasília. Também conversam sobre a escolha do novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão. "Ele é duro para c. Conheço bem. Boa gente", diz Gilberto.
Na sexta-feira anterior aos protestos, Lula avisou a um de seus irmão, Vavá, que ficaria em casa durante a manifestação porque previa confusão: "Se os coxinhas aparecerem, vão levar tanta porrada que eles nem sabem o que vai acontecer", disse.
Depois dos protestos do último dia 13, o ex-presidente Lula ligou para o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e começou a conversa brincando: "Você viu que eu já tirei você da CASA CIVIL, né porra?!". "Com maior prazer", respondeu Wagner. Depois, os dois fizeram comentários sobre o ato de domingo, minimizando-os.
Ao conversar com o ex-ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi sobre as investigações que o cercam, Lula cobra um "papel de homem" do novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Segundo os investigadores, há indícios de que o petista esteja se referindo ao então subprocurador-geral da República. "O problema é o seguinte, Paulinho: nós temos que comprar essa briga. Eu sei que é difícil, sabe? Eu às vezes fico pensando até que o Aragão deveria cumprir um papel de homem naquela p..., porque o Aragão parece nosso amigo, parece, parece... mas está sempre dizendo 'olha...'", diz Lula.
O ex-presidente Lula recebeu a solidariedade do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), depois que foi obrigado pela Polícia Federal a prestar depoimento no último dia 4. Paes falou da necessidade de "dar um limite" à Polícia Federal e ao Ministério Público. Concordando com o prefeito, Lula diz que eles "passaram de todos os limites". "Nós criamos instituições sérias, mas tem que ter limites, tem que ter regras", disse Lula.
Três dias antes de a Operação Aletheia obrigar o ex-presidente Lula a prestar depoimento à Polícia Federal, em 1º de março, o petista ligou para o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva. No diálogo, os dois conversam sobre futebol antes de Lula fazer um alerta sobre o mais novo ex-ministro da Justiça, Wellington Cesar Lima e Silva, cuja indicação para substituir José Eduardo Cardozo foi barrada na semana seguinte pelo Supremo Tribunal Federal. "É importante você ficar atento, porque vai sair muitas críticas indicação do novo ministro, com o objetivo de encurralá-lo. (...) Alguém tem que responder, se for o caso", disse o ex-presidente.
Em um dos grampos interceptados pela Lava Jato, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reclama com Lula do estilo da presidente Dilma Rousseff de governar. O ex-presidente assente - e diz que teve uma "conversa dura" com ela. De acordo com Guimarães, a presidente governa de forma "muito burocrática", o que dificulta a "rapidez nas decisões" e "nas ousadias". "Então, mas eu tive uma conversa com ela muito dura, muito dura", garantiu Lula.


fonte revista Veja.

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