Presidente Dilma (do PT) em queda livre nas pesquisas.
Um dia depois de rezar com evangélicos pelo "momento crítico" do Brasil, pesquisa aponta que a presidente Dilma Rousseff teve uma queda de 22,9 pontos na popularidade de seu próprio governo. É o que mostra a pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
A avaliação do governo Dilma é positiva para 31,3% dos entrevistados, que classificaram a gestão como "ótima" ou "boa". Em junho, a soma de "ótimo" e "bom" era de 54,2%. A avaliação negativa subiu de 9% para 29,5%, se comparado os números do mês passado.
A pesquisa mostra ainda que a queda na avaliação pessoal da presidente Dilma foi ainda maior. Em junho, 73,7% consideravam o desempenho pessoal de Dilma ótimo ou bom, agora o índice é de 49,3% de aprovação.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 134 municípios de 20 Estados, das cinco regiões, entre os dias 7 e 10 de julho de 2013. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
PROTESTOS
A pesquisa apresentou também a opinião da população a respeito das manifestações de rua que tomaram conta das principais cidades do Brasil, em especial no mês de junho.
Cerca de 30,7% classificaram como negativa a atuação da presidente diante dos protestos e 24,6% avaliaram como positiva. Em relação a resposta do Congresso, 10,3% acharam positiva e 46,7% negativa.
Dos entrevistados, 84,3% aprovam os protestos e 13,9% desaprovam. A maioria (58%), contudo, declarou não ter participado das manifestações e, tampouco, intenção de ir às ruas protestar.
Também identificou, na opinião do povo, o alvo dos protestos, as principais reivindicações, os motivos do movimento, entre outros assuntos. A corrupção foi citada pela maioria dos entrevistados como a reivindicação mais importante e também como o motivo dos protestos.
INTENÇÕES DE VOTO
A pesquisa ainda aponta que a presidente Dilma Rousseff tem 33,4% das intenções de votos dos eleitores.
A queda é de 19,4 pontos percentuais na comparação com os números registrados na pesquisa anterior, divulgada antes dos protestos que se espalharam pelo país.
Os números mostram que Dilma vem perdendo apoio dos eleitores e, se as eleições fossem realizadas hoje, o segundo turno seria inevitável.
Em 11 de junho, a própria CNT mostrava que Dilma tinha 52,8% da preferência dos eleitores. Em julho de 2012, as chances da presidente se reeleger eram ainda maiores: Dilma tinha 59% das intenções de voto. Comparando-se com os números do mês passado, Aécio Neves (PSDB), principal candidato da oposição, em segundo lugar, oscilou de 17% para 15,2% das intenções de voto, Marina Silva (Rede) surgia com 12,5% em junho e agora com 20,7%. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), havia sido citado por 3,7% dos entrevistados e agora tem 7,4% das intenções de votos.
CONCORRENTES
As intenções de votos em Dilma despencaram e avançaram no caso de Marina e Eduardo Campos. A variação de Aécio permaneceu na margem de erro, que é de 2,2 pontos para mais ou para menos.
A pesquisa foi encomendada pela CNT e realizada pelo instituto MDA Pesquisa. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 134 municípios de 20 estados, das cinco regiões, entre os dias 7 e 10 de julho de 2013.
Esses números são da pesquisa estimulada. Na espontânea, Dilma aparece com 14,8%, Lula com 10,5%, Marina com 5,9%, Aécio com 4,9%, Eduardo Campos com 1,4%, José Serra com 1,2% e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, com apenas 0,7%.
A pesquisa indicou ainda que Marina Silva capitalizou parte da intenção dos votos que Dilma perdeu. Também aumentou a rejeição dos políticos, medida pelo aumento de votos nulos e brancos, que saltaram de 8,4% para 17,9% em 30 dias.
O Datafolha já havia indicado, no final de junho, que Dilma teria 30% das intenções de votos para a disputa presidencial de 2014, em um cenário de disputa que inclui Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Nesta simulação, a petista tinha 51% das intenções de voto na pesquisa anterior, realizada nos dias 6 e 7 deste mês. Ou seja, a presidente perdeu 21 pontos em três semanas.
Folhapress